A
Cólera
O orgulho
leva a vos crer mais do que sois, a não
poder sofre uma comparação que possa vos rebaixar; a vos considerar ao contrario, de tal modo acima
dos vossos irmãos, seja como espírito, seja como posição social, seja mesmo como
superioridade pessoal, que o menor paralelo vos irrita e vos fere; e o que
ocorre então? Entregai-vos à cólera.
Procurai
a origem desses acessos de demência passageira, que vos assemelham aos animais,
fazendo-vos perder o sangue frio e a razão; procurai e encontrareis, quase
sempre por base, o orgulho ferido. Não é
orgulho ferido, por uma contradição, que vos faz rejeitar as observações justas, que vos faz repelir com
cólera os mais sábios conselhos? As próprias impaciências que causam as
contrariedades, frequentemente pueris, prendem-se à importância que se atribui
à própria personalidade diante da qual se crê que tudo deve se dobrar.
Em seu frenesi, o homem colérico ataca a tudo : a
natureza bruta, os objetos inanimados, que quebra, porque não lhe obedecem. Ah!
Se nesses momentos pudesse se ver com sangue frio, teria medo de si, ou se
acharia ridículo! Que julgue por ai a impressão que deve produzir sobre os
outros. Quando não fosse senão por respeito a si mesmo, deveria esforçar-se por
vencer uma tendência que faz dele objeto de piedade.
Se imaginasse
que a cólera não resolve nada, alteras sua saúde, compromete-lhe a vida, veria
que é sua primeira vitima; mas numa outra consideração deveria, sobretudo, detê-lo;
o pensamento de que torna infeliz todos aqueles que o cercam; se tem coração,
não terá remorso em fazer sofrer os seres que mais ama? E que desgosto mortal se, num acesso desatinado
cometesse um ato de que tivesse que se censurar por toda a sua vida!
Trecho extraído
do livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo” cap IX- Bem aventurados aqueles
que são brandos e pacíficos.
(Imagem Internet)
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