domingo, 27 de dezembro de 2015

Despedida de Vital




Despedida de Vital
Lua cheia... Na choça a que se apega, Morre Vital, velhinho, olhando o morro... Por prece, escuta a arenga do cachorro, Ganindo nas touceiras da macega.
Pobre amigo! ...Agoniza sem socorro, Chora lembrando o milho na moega... Oitenta anos de lágrimas carrega. Na carcaça jogada ao chão sem forro.
Suando, enxerga um moço na soleira. “Eu sou leproso...” – avisa em voz rasteira. Mas diz o moço, envolto em luz dourada:
-“Vital, eu sou Jesus! Venha comigo!...” E o velho sai das chagas de mendigo para um carro de estrelas da alvorada.
Cornélio Pires
Do livro “O Espírito de Cornélio Pires” – Médium Francisco Cândido Xavier
(Imagem Internet)


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