Emmanuel
Examinando o esquecimento temporário
do pretérito, no campo físico, importa considerar cada existência por estágio
de serviço em que a alma readquire, no mundo, o aprendizado que lhe compete.
Surgindo semelhante período, entre o berço que
lhe configura o inicio e o túmulo que lhe demarca a cessação, é justo
aceitar-lhe o caráter acidental não obstante se lhe reconheça a vinculação à
vida eterna.
É forçoso, então, ponderar o
impositivo de recurso e aproveitamento, tanto quanto, nas aplicações da força elétrica,
é preciso atender ao problema de carga e condução.
Encetanto uma nova existência corpórea,
para determinado efeito, a criatura recebe, desse modo, implementos cerebrais
completamente novos, no domínio das energias físicas, e, para que se lhe
adormeça a memoria, funciona a hipnose natural como recurso básico, de vez que,
em muitas ocasiões, dorme em pesada letargia, muito tempo antes de acolher-se
ao abrigo materno. Na melhor das hipóteses, quando desfruta grande atividade
mental nas esferas superiores, só é compelida ao sono, relativamente profundo,
enquanto perdure a vida fetal. Em ambos os casos, há prostração psíquica nos
primeiros sete anos de tenra instrumentação fisiológica dos encarnados, tempo
em que se lhes reaviva a experiência terrestre.
Temos, ainda, mais ou menos três
mil dias de sono induzido ou hipnose terapêutica, a estabelecerem enormes alterações
nos veículos de exteriorização do Espirito, as quais, acrescidas às consequências
dos fenômenos naturais de restringimento do corpo espiritual, no refugio
uterino, motivam o entorpecimento das recordações do passado, para que se
avalie a mente na direção de novas conquistas. E, como todo esse tempo é
ocupado em prover-se a criança de novos conceitos e pensamentos acerca de si própria,
é compreensível que toda criatura sobrenade na adolescência, como alguém que
fosse longamente hipnotizado para fins edificantes, acordando, gradativamente,
na situação transformada em que a vida lhe propõe a continuidade do serviço
devido à regeneração ou à evolução clara e simples.
E isso,
na essência, é o que verdadeiramente acontece, porque, pouco a pouco, o
Espirito reencarnado retoma a herança de si mesmo, na estrutura psicológica do
destino, reavendo o patrimônio das realizações e tendências inatas e,
reencontrando as pessoas e as circunstancias, as simpatias e as aversões, as
vantagens e as dificuldades, com as quais se ache afinizado ou comprometido.
Transfigurou-se, então, a
ribalta, mas a peça continua.
A moldura social ou domestica,
muitas vezes, é diferente, mas, no quadro do trabalho e da luta, a consciência é
a mesma, com a obrigação de aprimorar-se ante a bênção de Deus, para a luz da
imortalidade.
Psicografada por F. C.
Xavier, do livro " Religião dos Espíritos"(Imagem da Internet)
Nenhum comentário:
Postar um comentário