domingo, 7 de junho de 2015

Esquecimento e Reencarnação



Emmanuel


Examinando o esquecimento temporário do pretérito, no campo físico, importa considerar cada existência por estágio de serviço em que a alma readquire, no mundo, o aprendizado que lhe compete.

 Surgindo semelhante período, entre o berço que lhe configura o inicio e o túmulo que lhe demarca a cessação, é justo aceitar-lhe o caráter acidental não obstante se lhe reconheça a vinculação à vida eterna.

É forçoso, então, ponderar o impositivo de recurso e aproveitamento, tanto quanto, nas aplicações da força elétrica, é preciso atender ao problema de carga e condução.
Encetanto uma nova existência corpórea, para determinado efeito, a criatura recebe, desse modo, implementos cerebrais completamente novos, no domínio das energias físicas, e, para que se lhe adormeça a memoria, funciona a hipnose natural como recurso básico, de vez que, em muitas ocasiões, dorme em pesada letargia, muito tempo antes de acolher-se ao abrigo materno. Na melhor das hipóteses, quando desfruta grande atividade mental nas esferas superiores, só é compelida ao sono, relativamente profundo, enquanto perdure a vida fetal. Em ambos os casos, há prostração psíquica nos primeiros sete anos de tenra instrumentação fisiológica dos encarnados, tempo em que se lhes reaviva a experiência terrestre.

Temos, ainda, mais ou menos três mil dias de sono induzido ou hipnose terapêutica, a estabelecerem enormes alterações nos veículos de exteriorização do Espirito, as quais, acrescidas às consequências dos fenômenos naturais de restringimento do corpo espiritual, no refugio uterino, motivam o entorpecimento das recordações do passado, para que se avalie a mente na direção de novas conquistas. E, como todo esse tempo é ocupado em prover-se a criança de novos conceitos e pensamentos acerca de si própria, é compreensível que toda criatura sobrenade na adolescência, como alguém que fosse longamente hipnotizado para fins edificantes, acordando, gradativamente, na situação transformada em que a vida lhe propõe a continuidade do serviço devido à regeneração ou à evolução clara e simples.

  E isso, na essência, é o que verdadeiramente acontece, porque, pouco a pouco, o Espirito reencarnado retoma a herança de si mesmo, na estrutura psicológica do destino, reavendo o patrimônio das realizações e tendências inatas e, reencontrando as pessoas e as circunstancias, as simpatias e as aversões, as vantagens e as dificuldades, com as quais se ache afinizado ou comprometido.

Transfigurou-se, então, a ribalta, mas a peça continua.

A moldura social ou domestica, muitas vezes, é diferente, mas, no quadro do trabalho e da luta, a consciência é a mesma, com a obrigação de aprimorar-se ante a bênção de Deus, para a luz da imortalidade.
Psicografada por F. C. Xavier, do livro " Religião dos Espíritos"
(Imagem da Internet)

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